Ando por aí, por esse mundo imenso, de folha em folha...
Quarta-feira, 27 de Maio de 2009

 

Passei a manhã na TAP/Crew para obter um bilhetito através da filhota... que por lá ainda remexe...

 

Não saíu baratinho o dito cujo IDz... Por volta dos 65 + 42 de taxas = 107 aéreos aproximadamente.  Se fosse no Continente tinha comprado melhor, julgo eu, pelo anúncio que eles divulgam na TV... No meu tempo....

 

Mas será então assim: arranco dia 29 às 8h da matina (tenho que estar no aero... às 6...) directa a Ponta Delgada.

 

Ainda não sei onde fico. Por lá. Como vou sozinha, canto hei-de arranjar sem ser no nome...

 

Regresso dia 2, às 10h. Devo vir carregada de morcelas, chouriço da Ribeira Grande, limões galegos, bolos lêvedos, açafroa e massa sovada.

 

Titia LF assim que soube das minhas "andanças" disse:

- logo à noite levo-te uma valise completamente vazia para recheares...

 

Também quero trazer escondidos dois limoeiros galegos: veremos se o alentejo é bom pai para os ditos... e se a adopção será bem sucedida...

 

O problema é que não há molho vilão que se preze que não leve desse limãozito... Deixo mais abaixo o pitéu dos Chicharrinhos lá da Ilha. São Coriscos mal amanhados...

 

Mas vamos às razões que me levam à Terra. Meu distinto primo, padrinho de minha rebenta, faz 80 anos no sábado. Haverá "grossa" festança. O interessante é que ninguém da família próxima sabe da minha aparição... Só há uma espiã por dentro...

 

Aparecerei directamente na festa com uma mascarilha à Zorro... já que não tenho nenhuma de Veneza... O aniversariante terá que dar corda aos miolos para descobrir a intrusa personalidade convidada...

 

Ainda não sei que presente lhe levarei. Também eu estou com o pé na tábua para descobrir qualquer coisa com graça.

 

Há que cuidar bem da famelga que resta. Já é tão pouca!  Estes caracóis hemafroditas desenvolveram-se pouco...

 

 

Tomem lá que é de borla e eu não duro sempre:

 

Chicharrinhos Fritos com Molho de Vilão

Ingredientes: Chicharros = jaquinzinhos
Limão galego

massa de pimenta
açafroa
sal e farinha de milho q.b.
óleo para fritar q.b.

Modo de preparação: Arranjam-se os chicharros, lavam-se e temperam-se de sal.
Envolvem-se os chicharros em farinha de nilho e fritam-se em azeite quente.

Preparação do molho:
Num pouco de azeite onde se fritou o peixe fritam-se ligeiramente rodelas de alho. Fora do lume, juntam-se o açafrão, a massa de pimenta, o sumo de limão e volta ao lume só para levantar fervura.
Pode derramar-se sobre o peixe ou servir-se em taças separadamente.
Este peixe pode ser acompanhado com batatas cozidas ou inhames cozidos

 

publicado por mariadoscaracois às 14:50
sinto-me: a voar
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Segunda-feira, 25 de Maio de 2009

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa
abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali.
Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.
Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!
A galinha disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até o porco e disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranqüilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.
O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:
- O que ? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira.
Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.
A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.
No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher... O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.
Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.
Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo.
Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.

Moral da História:
Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco.
O problema de um é problema de todos!




PS.: excelente fábula para ser divulgada principalmente em grupos de trabalho!
'Nós aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a conviver como irmãos'

publicado por mariadoscaracois às 13:25
sinto-me:
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No sorriso louco das mães batem as leves
gotas de chuva. Nas amadas
caras loucas batem e batem
os dedos amarelos das candeias.
Que balouçam. Que são puras.
Gotas e candeias puras. E as mães
aproximam-se soprando os dedos frios.
Seu corpo move-se
pelo meio dos ossos filiais, pelos tendões
e órgãos mergulhados,
e as calmas mães intrínsecas sentam-se
nas cabeças filiais.
Sentam-se, e estão ali num silêncio demorado e apressado,
vendo tudo,
e queimando as imagens, alimentando as imagens,
enquanto o amor é cada vez mais forte.
E bate-lhes nas caras, o amor leve.
O amor feroz.
E as mães são cada vez mais belas.
Pensam os filhos que elas levitam.
Flores violentas batem nas suas pálpebras.
Elas respiram ao alto e em baixo.
São silenciosas.
E a sua cara está no meio das gotas particulares
da chuva,
em volta das candeias. No contínuo
escorrer dos filhos.
As mães são as mais altas coisas
que os filhos criam, porque se colocam
na combustão dos filhos. Porque
os filhos são como invasores dentes-de-leão
no terreno das mães.
E as mães são poços de petróleo nas palavras dos filhos,
e atiram-se, através deles, como jactos
para fora da terra.
E os filhos mergulham em escafandros no interior
de muitas águas,
e trazem as mães como polvos embrulhados nas mãos
e na agudez de toda a sua vida.
E o filho senta-se com a sua mãe à cabeceira da mesa,
e através dele a mãe mexe aqui e ali,
nas chávenas e nos garfos.
E através da mãe o filho pensa
que nenhuma morte é possível e as águas
estão ligadas entre si
por meio da mão dele que toca a cara louca
da mãe que toca a mão pressentida do filho.
E por dentro do amor, até somente ser possível amar tudo,
e ser possível tudo ser re-encontrado
por dentro do amor.

 


 


 


Herberto Helder

 

No sorriso louco das mães

 


 

publicado por mariadoscaracois às 13:09
sinto-me: mãe
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Eu não vejo NINGUÉM, da dirª à esqª, a discutir, a expôr e a explicar os problemas e assuntos da EUROPA. O que eu vejo é uma campanha por eles próprios, pelo TACHO. E tanto quanto eu sei as 1ªs eleições são as ditas Europeias... Não parece... Devo ser eu que sou tola e não percebo os diálogos super ilustrativos e elevados da nossa classe política... Laurindinha incluída!!!
 
E o portuga não sabe nada de nada: verdadeira tábua rasa. Aflitivo!
 
Talvez aprendesse alguma coisinha se TODOS esses que andam com as ventas nos cartazes, em vez de se preocuparem com o mínimo de votos para serem eleitos e ganharem o deles, aproveitassem a TV e os outros media para fazerem uma novela ou/e concurso ou/e publicidade nas camisolas dos futeboleiros ou/e manifs como a de ontem do FCP ou/e os jogadores e críticos da bola a debitarem patacuadas europeias escritas no teletexto (cuidado, eles tb. nada sabem...) ou/e os cantores pimba/despimba ou/e a modelo e o actor de 5ª ou/e o caraças, famosos e aspirantes, cujo enredo englobasse o que é, como é, onde funciona e para que serve o Conselho, o Tribunal, o Parlamento e os etc. da EUROPA!
 
É de baixo nível e piroso a novela ou/e concurso ou/e publicidade e/ou os futeboleiros e/ou os cantores??? O Tuga bebe e come tudo isso.
 
Não vale a pena tapar o sol com a peneira: é o que entra nas têtes dos Tugas. Não pensem que somos únicos no desinteresse e na ausência de conhecimento... Somos é talvez mais parvos e estúpidos. 
 
E quem não tem cão caça com gato.
 
Tanta merdelunga se produz na TV... que uma deste tipo seria, no mínimo, pedagógica... Entre beijos e amassos, entre penaltis e árbitros, entre Gouchas e Ronaldos, entre Lilis e Cláudias Jacques, a mensagem passava: seria então caso para se dizer à mãe Ronalda "lancem os fogos"... Se não sabemos fazer, encomendamos aos brasucas. Garanto-te que eles se desenrascam: são criativos e inventivos qb. e com aquela pronúncia doce seria servida uma bela e saudável sobremesa aos pobres Tugas.
 
Já pensaste quantas horas diárias são dedicadas em horário nobre e meio nobre às novelas, concursos, má língua e futebol? Já viste quantas revistas "cor-de-rosa", rosa shoking e rosa-chique existem?
 
Até dá raiva! Dramaticamente para este tipo de raiva não há vacina. É pior que a Gripe A.
 
Tenho dito!
S.
 
PS: desculpa o azedume mas comi yogurte pela manhã...
Parece-me que continha o perigoso vírus da raiva...
publicado por mariadoscaracois às 12:46
sinto-me: idiota
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Quinta-feira, 21 de Maio de 2009

 

Vou-me Embora pra Pasárgada

 

 

Manuel Bandeira


Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

 

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

 

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada

 

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar

 

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada1.


Texto extraído do livro "
Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90

1. "PASÁRGADA", cidadezinha provinciana ao sul da antiga Pérsia.

 

 

publicado por mariadoscaracois às 15:05
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Quarta-feira, 20 de Maio de 2009

No dia do meu último aniversário minha sobrinha de vinte e poucos anos ao entregar-me o seu presentinho, comentou:

- Tia, isto aqui é só para lhe dar umas “dorzitas de cabeça”…
Agradecendo a lembrança, repliquei:
- Rica sobrinha, saíste-me uma grande peça!
Pela volumetria, embalagem e peso desconfiei tratar-se de um livro. Rasguei o papel e nasceu na minha mão A Saga de um Pensador, de Augusto Cury.
Recebi vários livros e não foi este o primeiro a que dediquei tempo de leitura. Desconhecia o autor e a sua obra. Até que o apalpei e digeri-o de um só trago.
O seu conteúdo foi tecido de forma bem conseguida, com boa visibilidade, fácil apreensão, tensão controlada: resumindo, uma urdidura bem passajada, com acabamentos mais ou menos rendados aqui e ali, que lhe deram a leveza necessária a uma leitura corrida, centrada e subjugada a dilemas interessantes.
Mas não foi propriamente o enredo utilizado que me sensibilizou e motivou. Ele simplesmente serviu de veículo a uma mensagem subliminar que perpassa da primeira à última página. E aí minha sobrinha acertou nas ditas “enxaquecas”…
Perguntar-me-ão qual foi, então, esse desafio escondido: o apelo a uma reflexão sobre o verdadeiro humanismo, sobre o normal e a loucura, sobre o ser humano único, irrepetível e diferente, sobre a gratidão, o respeito e a aceitação do e pelo outro, sobre a tolerância e o preconceito, sobre a beneficência, a equidade, a injustiça e a solidariedade, sobre a autonomia e a não-maleficência, sobre a compaixão e a humildade, sobre a dor e a morte, sobre a luta pelos ideais de um agir adequado.
É tanto e não é tudo. Mas é o imenso suficiente que impele um livro a transbordar as suas margens. O leitor que sentir esse inundado imperativo será amarrado a um primeiro e solitário debate interior, ginasticando raciocínios, articulando idéias, arquictetando argumentos fundamentados a favor ou contra as atitudes, as acções e a determinação do personagem central: Marco Polo!
Apesar dos azafamados quotidianos e se tiverem apetência por este tipo de especulação, leiam a obra e fortaleçam o labirinto do vosso cérebro!
Kant, na Crítica da Razão Pura, dizia:
 
Duas coisas me enchem o ânimo de admiração e respeito:
o céu estrelado acima de mim e a lei moral que está em mim.
publicado por mariadoscaracois às 21:42
sinto-me:


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