Verdade, verdadinha.
O pardal fugiu. Aconteceu no sábado passado, precisamente no mesmo local onde nasceu e foi adoptado: no Alentejo.
Grande vôo ele efectuou. Primeiro para uma planta florida do vizinho e logo em seguida para uma pilha de lenha e depois, não sabemos... Perdemos-lhe o rasto.
Chamámos e piámos... Nada!
Passaram-se horas. Aceitei a partida. Estava eu limpando a gaiola na relva para a guardar e oiço piar ao meu lado...
Lá estava seu Bonifácio, esperando calmamente que eu o agarrasse.
Levou raspanete.
Mas o que ele queria mesmo era o seu potinho de água. Sôfrego a beber. Estava cego de sede e doido para comer...
Depois pegámos-lhe e reparámos que vinha depenado por baixo: papo e barriga ao léu. Deve ter andado a espojar-se em tudo o que apanhou...
Está a tomar o gosto pelas fugas... Ele anda solto e como tal...
Já em Lisboa e na cozinha, desapareceu. Quando preparava a máquina da roupa, lá estava o meu amigo dentro do cesto da roupa suja...